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Grande engano, esse visual santo


Gostaria de explicar melhor o amor. Ninguém ama sozinho. É inevitável, você o faz sempre em relação a alguém. Demorei para aceitar isso, mas vejo que é mesmo verdade. O amor está, portanto, diretamente ligado ao relacionamento. Posso, então, ao mesclar esse pensamento com que foi postado anteriormente, dizer que podemos ser o “melhor” diante de Deus sem sequer falar ou pensar Nele.

A palavra de Deus diz que devemos louvar o Seu nome. Os que se importam com as aparências, porém, diriam que isso deve ser exercido na igreja. Acham que, de cantar, erguer as mãos e bater palmas ali (já tendo “aceitado” Jesus, é claro) se alcança a salvação. Alguns, até, mudam de sotaque para falar o nome de Jesus e acham que, assim, o estão honrando. Que nada! Louvar e honrar o nome de Deus não pode ser levado tão ao pé da letra assim.

Os verdadeiros louvor e honra, porém, são por nós dados quando exercemos nossa amabilidade. Não precisaríamos nem entoar cânticos a Ele, apenas o ir à igreja (onde podemos exercer nosso amor para com os outros) já é um louvor plenamente agradável a Deus. Digo com isso que a igreja é um lugar como qualquer outro, onde encontramos Deus nas pessoas, nos relacionamentos. Não estou dizendo para você deixar de participar do momento de adoração da igreja ou mesmo deixá-la, se participar de uma, pois uma das características do amor (verdadeiro louvor) é a submissão. Deus não pede que mudemos a situação, apenas que usemos do nosso amor para convivermos uns com as diferenças (embora erradas para alguns) de outros. Porém, digo que não devemos priorizá-la em relação a outros lugares, como a rua, por exemplo. Não justificaria, pois, ao negar ajuda a um faminto, dizer que se está atrasado para a igreja.

Não se deve, portanto, ir ao local de culto para resolvermos nosso próprio problema. Primeiro porque é barganha; segundo, porque não estaríamos nem aí para o amor de Deus, presente no relacionamento. Ou seja, também não faria sentido se fôssemos a uma igreja vazia.

Uma pessoa que busca ir à igreja para lá exercer sua espiritualidade tem duas personalidades: a santa e a "profana" (no pensamento delas). A primeira é exercida quando se busca alguma coisa de Deus; a segunda, no comum da vida delas (buscam cada vez mais eliminá-la, o que para mim é um erro). Digo, pois, que esta é a que se deve exercer em todos os momentos, que é a verdadeiramente “santa” diante de Deus. A outra que deve ser apagada. Tomemos Jesus como exemplo. Ele manifestava sua espiritualidade nos locais comuns, como festas e ruas. Na igreja era o mesmo, continuava emanando santidade de sua verdadeira pessoa.
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O melhor da vida


Assim como são as trevas a ausência de luz e, morte, de vida, o mal pode ser compreendido como a ausência de Deus. (Santo Agostinho)

Fugir dos propósitos de Deus é, portanto, mergulhar na escuridão. Na sociedade em que vivemos as pessoas procuram traçar seus próprios caminhos, baseadas nas suas próprias concepções do que é bom ou ruim, não permitindo a influência de Deus neles. Deixam de ir, portanto, por um caminho de luz e vida e passam a seguir um de trevas e morte. A única maneira de permitir que Deus cumpra sua vontade nas nossas vidas é deixá-lo entrar em nosso ser, entregando a vida a Ele. Mas o que realmente é isso?

Nas muitas igrejas por aí afora se prega que é levantar a mão, ir ao púlpito e receber uma oração, mas não tão simples assim. Se fosse dessa forma, você receberia Deus indiretamente e mecanicamente, via regras e dogmas separando-o Dele. Já tive essa (infeliz) experiência e, depois de tudo, você olha para os céus e não se sente tão à vontade com Deus. Basta um contrato? Não, isso, de fato, não é aceitar Jesus.

O verdadeiro modo de deixá-lo entrar em seu coração pode até não ser intencional.

Ele entra quando você simplesmente passa a ter amor pelas pessoas.

Você sente o afago do Espírito Santo e passa a sentir que é íntimo de Deus, que não existe nada os separando. Ele está em você e você se sente Nele. Ou seja, a verdadeira forma de receber o Senhor é na vida normal, naturalmente, nos relacionando. Isso ficou fomentando na minha cabeça desde quando um pastor quis pedir a misericórdia de Deus sobre as pessoas que morreram numa igreja antes do apelo, que não tiveram a oportunidade de "aceitá-lo". Mas, se eles já estivesse amor no coração, para quê levantar a mão, mesmo que tivessem a oportunidade? Para aceitar Cristo diante dos homens? Como falei, isso deve ser demonstrado com amor àqueles que o cercam.

O problema é que as pessoas pensam na imagem - veem Deus como um homem perfeito, o máximo que alguém possa vir a ser. Para você ser filho de Deus tem de estar dentro das quatro linhas que provam que, diante dos homens, você seria como imaginam Jesus externamente. Onde está, portanto, sua principal característica, o amor? As pessoas se esquecem de que Jesus não era nem politicamente correto diante da sociedade em que vivia, provando que Deus olha o que você tem no coração!

Um dia desses, antes de iniciar a leitura de A cabana, tive um vislumbre do céu. Imaginei como seria. Lembrei-me de quem seria melhor aos olhos de Deus: o pastor que pregava na igreja e mantinha um relacionamento fechado aos membros mais ricos da instituição ou alguém amoroso que nunca disse (com a boca) "Eu aceitei Jesus". Logicamente era este! Então imaginei a glória dando lugar à serventia e à humildade. Deus não é alguém que tem os pés lavados, mas que lava! Foi pensando nisso que descobri que o céu não será feito de riquezas como o ouro e a prata, moldado aos prazeres do homem carnal. Na frase bíblica: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”, Rico, nesse contexto, é o homem que dá um valor às coisas materiais equivalente ao amor que deve ser atribuído às pessoas, e não aquele que as possui em excesso. Acho que pode até ser de ouro e que será, mas o ouro terá o mesmo valor que o cimento, o asfalto tem para nós.  notaremos os valores do amor e dos relacionamentos.

Trabalhar esse sentimento implica em esquecer que há um céu e que "o melhor está por vir". Quem diz "não pertencer a este mundo" verá a glória de Deus nas ruas de ouro.

Ao pensar sobre céu, inferno e o critério de Deus através dessa minha nova visão, vejo que cada um à sua maneira, por ter plantado amor pelo caminho, terá o melhor fim possível (ou impossível). Se alguém passar toda a vida adorando Maomé ou sendo ateu (Deus é muito, mas muito diferente do que as pessoas dizem por aí, e a leitura de A cabana nos traz isso. Se dizer ateu não é, necessariamente, não acreditar em Deus, mas nessa figura que todos têm em mente), por exemplo, não deixará de ser salvo, se ele, como já disse, tiver amor no coração, exalando na vida um perfume suave às narinas de Deus. Foi a maneira dele de aceitar a Jesus, aquilo em que acreditou. Logicamente que, a cada um em seu tempo, Deus se revelaria (na eternidade, Ele agiria conforme o melhor momento para nós).

Um dos momentos de maior alegria dos meus últimos dias foi quando fui correspondido em minha ideologia pela música Love is not a fight, de Warren Barfield. Segue-se, portanto, a letra e o vídeo da música. Send it on, cantada por um combinado de amigos da Disney, também me chamou muito a atenção. Clique aqui, caso queira dar uma olhada.

Love is not a place
to come and go as we please
It's a house we enter in,
then commit to never leave


So lock the door behind you
Throw away the key
We'll work it out together
Let it bring us to our knees


(Chorus)
Love is a shelter
in a raging storm
Love is peace
in the middle of a war
And if we try to leave,
may God send angels to guard the door
No, love is not a fight,
but it's something worth fighting for


To some love is a word
that they can fall into,
but when they're falling out,
keeping that word is hard to do


(Chorus)


Love will come to save us
if we'll only call
He will ask nothing from us,
but demand we give our all


(Chorus)


Love is not a fight - Warren Barfield

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A cabana, de William P. Young


Se ainda não lestes o livro, aconselho-te a primeiro fazê-lo, pois, desta maneira, terás um crescimento espiritual muito maior do que se leres o que aqui escrevi. Além disso, não quero guiá-lo segundo o meu ponto de vista, pois, quando lemos, abrimos as asas da imaginação e as portas de nossas mentes se tornam receptivas a novas informações, novas verdades; verdades estas que podem se revelar a cada um de uma maneira completamente diferente. Ou seja, posso ter simplesmente imaginado coisas, ou o que chamou a minha atenção poderia não ter chamado a sua e vice-versa. Além do mais, é um livro que muda, quebra paradigmas e conceitos próprios. Poderias precisar mais que eu de certas verdades que não abordei do que as que postei.

Aconselho, também, que não leias A cabana levando para o lado religioso, pois o verdadeiro crescimento espiritual é na vida real. Logo explicarei por que; aliás, este post dá início a uma série de outros novos que abordarão uma mesma linha de um novo pensamento meu. Mas, por enquanto, voltemo-nos no livro.

Dentre as muitas verdades ditas e reveladas no best-seller americano, as que mais me chamaram a atenção foram quanto a:

LIBERDADE

Sempre estamos presos a algo. Pode ser à herança genética, ao DNA específico e às questões quânticas subatômicas. Não há como escapar. Além dessas limitações físicas há as psicológicas, como os hábitos que criam elos e caminhos sinápticos no cérebro, as doenças da alma, que o inibem e o amarram, as influências sociais externas e os dogmas, paradigmas. Se pensarmos que nossa liberdade é sempre condicionada, não a teríamos de forma alguma.

A liberdade nada mais é que um crescimento interior, tudo que nos faz sentir livres. as questões que já foram citadas não tiram de ninguém a liberdade, e muito menos muros e amarras. Se a pessoa satisfizer seu espírito dentro de uma cela, por exemplo, pode se sentir livre e, assim, libertar sua alma. É ela, portanto, algo que vem de dentro para fora, e não o contrário (não está subjugada a nada, mas se sobrepõe a tudo).


HIERARQUIA

É uma questão que passa a gerar controvérsias e muitas confusões dentro da nossa cabeça (pelo menos em mim ainda tem gerado) quando chegamos a essa parte do livro. Pessoalmente, foi a mais difícil de aceitar.

No Reino de Deus, não há um maior nem um menor. A hierarquia, gerada pela liderança, é vista como uma forma de organização, sim, mas que inibe o amor. Acontece que as pessoas se tornam objetos a serem manipulados ou administrados para a felicidade de alguém. Perde-se, então, a comensalidade; humildade quanto aos mais altos e felicidade quanto aos mais baixos. Os relacionamentos caem, portanto, não provém de Deus. Nada que iniba o amor (mesmo que  para a organização) vale a pena.


JUSTIÇA

Deus não é um Deus justo (pelo menos na nossa concepção de justiça). Ai de nós se o fosse! É vermos a nossa posição no universo em relação a Ele e nossas atitudes. O peso da Sua justiça seria tão pesado ao cair sobre nossos ombros que milhares de almas seriam lançadas fora. Isso não é amor. A justiça é como a hierarquia e as regras (inflexíveis): serve para organizar, mas inibe o amar. Deus pois, prefere usar dele e de sua misericórdia. O livro traz um exemplo perfeito: o amor de um pai para com o filho é tão grande que, mesmo que este cometa uma falha terrível, não o amaria menos por isso. E, sendo o amor de Deus infinitamente maior que o nosso, que Deus seria esse, então, que o deixa de lado para julgar e condenar (não todos) os filhos pelos atos? Depois (não na próxima postagem, mas depois mesmo dela) explicarei melhor porque Ele sempre usa de sua amabilidade (não usando, pois, de nossa justiça, nunca).


PRESENÇA DE DEUS – O AMOR

Acho que a principal mensagem a ser passada com todo esse aparecimento de Deus (pelo menos como percebi) é que o amor provém Dele, Ele é o amor. Queria que Mack não encontrasse somente no rito religioso, mas, principalmente, no nosso dia-a-dia; não somente no fim de nossa vida, mas no decorrer dela; não no resultado final, como uma prestação de contas, mas durante o processo.

O Deus figurado ensina que não deixaria de estar em Mack numa cabana velha e malcuidada, se lá houvesse o amor dos relacionamentos entre pessoas. Não há outra maneira de se relacionar com Deus. Ele é todo aquele sentimento que nos envolve, aquele deleite (que supera qualquer situação ruim, como o vale da sombra da morte, a cabana, por exemplo). Não bastaria ter fé nas Suas existência e sua presença para desta desfrutar, pois isso até o diabo tem.

A submissão é uma das mais fortes e importantes características do amor. Por amor Deus não interfere em nossas (estúpidas) escolhas: também é submisso, não para mostrar: “Eu estava certo”, mas para não forçar uma relação, pois Ele não quer que nenhum sentimento iniba o amor (tem vários para esse caso). Portanto, se até Jesus se submeteu (em quase todos os seus instantes), deixemos Seu amor (o amor por pessoas) entrar em nossas vidas para que possamos fazer o mesmo! Percebem que dá para alguém se submeter por esse amor?

Logo explicarei melhor por que Deus está realmente presente nesse sentimento.
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O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien


Difícil descrever esta que é simplesmente a melhor história que já vi. Posso dizer que, fascinante ao extremo, a principal história da Terra Média é belíssima; você se pega vislumbrado com toda a beleza daquilo que arrebata das páginas de O senhor dos anéis. Também que não consigo imaginar o que poderia ser mais envolvente que a leitura deste livro.

À primeira vista, a essência da história se mostra sombria, com um lado negro dominante e inocentes personagens lutando com todas as suas mínimas forças para simplesmente manter o bem. Além do mais, o objetivo parece quase completamente impossível. Porém, a história não poderia ser mais feliz.

Mesmo assustadoramente desfavorecidos, os aliados ao bem encontram neles mesmos forças para prosseguir. A alegria do companheirismo, portanto, consegue se impor sobre o gigante do medo. A força pela qual conseguem continuar é, como se percebe, algo propiciado de dentro para fora, e não o contrário. A história, então, nos mostra que mais vale um espírito alegre do que um ambiente ou uma circunstância alegre. A felicidade é, portanto, encontrada no seu lugar máximo, e por isso que mais feliz não poderia ser. Isso me lembra de que Deus pode ser encontrado no amor dos relacionamentos, que deu àqueles indefesos uma proteção de perseverança, esperança e forças para prosseguir. Vejo tudo isso claramente quando Sam carrega Frodo ao Mount Doom para, juntos, concluírem sua jornada. Pode-se ver que se evidencia, com isso, a força do amor (deixarei para me alongar mais nesse assunto mais tarde).

Também nos passa uma baita lição de humildade ao mostrar que, contando somente com esse sentimento, dois simples hobbits (que podem ser compreendidos entre os anões e os elfos) lutaram e conseguiram vencer as forças que a eles se superavam em tamanho, mas não em força.

Por não conseguir passar esse que é o mais marcante elemento da história, a trilogia de O senhor dos anéis em filme é uma das que considerei mais infiéis ao livro. Como claro exemplo disso, vejam que apenas no terceiro filme veio a ser retratada uma das inúmeras canções encontradas ao longo da narrativa, e esta nem entre companheiros era.

Ainda quero, um dia, reler essa história perfeita. Gostaria mesmo de falar um pouco da trama, mas é muito longa, apesar de clara. Já passei o que queria principalmente revelando a verdadeira mensagem. Deixo para explicá-la ao vivo.

Detestei O hobbit. A história de Bilbo Baggins não me agradou por ser alegrezinha até demais enquanto esperava algo parecido com O senhor dos anéis, onde a felicidade, mesmo que grande, é subjetiva e, o lado negro da força, evidente; justamente por funcionar como uma introdução ao mesmo. Deparei-me com uma felicidade rasa e clara, como um conto para crianças. ela, somada ao estilo extensivo do autor, deixava a história entediante. Na verdade, tenho certeza de que peguei pesado ao esperar de outra história o que obtive de O senhor dos anéis, por mais próximas que fossem as duas. Porém, pode-se perceber ainda mais claramente o estilo do autor por ser um livro totalmente evidente em sua essência. Portanto, para mim, ainda é recomendável, pois me envolvo muito no estilo de Tolkien; mas somente àqueles que não leram ainda O senhor dos anéis para que, como eu, não sejam frustrados.
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O livro vai bem, obrigado


Ainda bem que é chegada à cidade uma nova bookstore. A Saraiva se mostra melhor que a Siciliano em vários aspectos, principalmente no atendimento, fator importantíssimo numa loja como esta, mas raramente atingido.

Muitas lojas conseguem oferecer um boa orientação por parte de seus funcionários. São elas as de vestuário, de perfumaria, de calçados e muitas outras, mas exigir o mesmo de uma loja que vende informações e conhecimento é pegar pesado. Contratar um pessoal no mercado de trabalho de hoje que tenha uma boa bagagem literária é, no mínimo, bastante difícil. Por isso é que até os maus entendedores são frustrados quando visitam uma. O retrato era o que se via na Siciliano, onde, para um adolescente, eram aconselhados livros como os das séries Crepúsculo e Harry Potter. Certamente, alguém que se encontra em uma fase de crescimento (mental) e o conseqüente amadurecimento, não deve continuar a ler coisas que nada acrescentam às mentes!

Enfim, àqueles que notaram que houve uma certa queda nessa orientação, paciência: as lojas daqui são novas. A bookstore precisa de um "tempo de adaptação", pelo que percebi com a Saraiva de Recife. Ela conta com um espaço até bem menos amplo que o das lojas daqui, mas, já sendo bem mais antiga na cidade, possui um atendimento eficaz, de forma a conduzir os leigos quem não entende muito da área a fazer uma boa escolha. Falo isso porque os bons leitores não necessitam da mesma orientação,  mesmo para localizar os autores, o que, venhamos e convenhamos, nunca é muito claramente exposto.

A Siciliano, mais pra quando estava perto de acabar, até que deu uma certa melhorada e, sejamos sinceros, estava até bem melhor que a atual Saraiva. Mas, como falei, essa melhora se deve a uma maior convivência com o ambiente da leitura, onde se ganha uma certa experiência e, com certeza, a muitas broncas que, é claro, surtem efeito.

Hoje se pensa entre a juventude que os livros que acrescentam algo são os chatos não ficção. Preferem, portanto, livros que eles próprios consideram fúteis (sim, eles sabem disso) não pela necessidade de imaginação, mas por não exigirem praticamente nenhum comprometimento, serem de fácil leitura. Posso dizer, porém, pela minha escassa bagagem literária, que há, sim, livros de ficção que nos acrescentam, mas que não são esses da moda.

Digo que Harry Potter e Crepúsculo são sim bons livros... infanto-juvenis, não mais do que isso. Não o aconselharia a adolescentes (foi, até, buscando o público infantil que Jo Rowling começou a escrever a história do menino bruxo). Ideal para eles é que se leia Bernard Cornwell, principal escritor britânico atualmente. As (inúmeras) crônicas não deixam de ser fictícias, porém se veem vinculadas a sociedades reais, guerras e suas possíveis articulações; se tem uma noção da historicidade dos fatos, da essência de épocas reais marcadas por conflitos, etc. Acrescentam ao jovem, portanto, uma carga histórica, social e cultural, até, muito útil.

Apesar de ser tolkieniano até o final, devo confessar que ler Tolkien não é uma boa para aqueles que precisam de uma nova mentalidade. A essência é a mesma de Harry Potter, embora consiga acrescentar muito mais pelo fato de ter sido escrito em uma outra época (O senhor dos anéis foi feito e publicado entre os anos de 1937 e 55, segundo algumas fontes) e possuir uma mensagem forte e real. Para ser bem compreendido, portanto, o leitor deve ter uma "idade mental" considerável. Ou seja, o indicaria àqueles que já passaram da fase de crescimento, tanto para que a mensagem seja bem captada como para que, não sendo entendido, não atrapalhe o amadurecimento.

Se tivesse de sugerir um livro a um adolescente, porém, sugeriria os os romances que abordam personagens reais. Esses acrescentam informações que nem os livros didáticos podem de uma maneira que estes não conseguem (atraente e envolvente), que torna tudo mais compreensível. Clareiam e explicam melhor a história, além de tudo que Bernard Cornwell consegue. Os estilos são quase idênticos; é como se déssemos nome aos personagens de Bernard. Um bom exemplo é Conn Iggulden, revelação da literatura britânica que, na série O conquistador, aborda a história do imperador mongol Gêngis Khan e, na série O imperador, de um dos maiores monarcas de todos os tempos: Júlio César, senhor do poderoso império romano. Nenhuma narrativa, mesmo com seu caráter histórico, deixa de ser fictícia, mas as histórias são recriadas à luz das mais recentes pesquisas. Tudo é baseado em fatos reais (ou melhor, no mais dentro do provável). Segue um trecho da nota histórica contida em no primeiro volume da série O imperador em que se vê o quão é saudável que se leia esse tipo de narrativa:

muito pouca informação histórica sobre os primeiros anos de Júlio César. Até onde era possível, dei a ele o tipo de infância que um garoto de uma família pouco importante em Roma poderia ter. Algumas de suas habilidades podem ser deduzidas a partir de realizações posteriores, é claro. Por exemplo, a capacidade de nadar salvou sua vida no Egito, quando tinha cinquenta e dois anos. O biógrafo Suetônio (personagem da história) disse que ele possuía grande habilidade com espadas e cavalos, além de uma resistência surpreendente, preferindo marchar a cavalgar e mantendo a cabeça descoberta em qualquer tempo. Sinto em dizer que Rênio (mestre de Júlio quando criança, época em que ainda era Caio) é fictício, mas era costume empregar especialistas em vários campos. Sabemos de um tutor vindo de Alexandria, que ensinou retórica a César...

Livros como A cabana são ideais para a leitura de pessoas já crescidas mentalmente, e não para quem ainda está nesse processo, por ter a finalidade de serem impactantes e trazerem mudanças profundas.
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House e a realidade


O mais impressionante sobre a série a meu ver não é nada relacionado aos casos extremamente complicados sempre resolvidos (embora nem sempre o paciente seja salvo). Sou bastante suspeito pra falar disso, porque não tenho estômago para ver muito sangue, mas estou convicto de que o melhor da série são, porém, os argumentos com que House toma a razão das pessoas sensatas nas discussões. Explica-lhes a realidade nua e crua, com palavras que geralmente não encontramos (e que não gostaríamos de ouvir). Veem-se definições para questões como vida, liberdade, realidade e qualquer outra coisa tão vinculada a nós que não a temos termos de definição.

Já vi pessoas detestarem a série por causa do protagonista, que sempre está com a razão. Mas o fato é este! Ele sempre está certo mesmo! O negócio é que House usa da realidade nua e crua, que muitas vezes dói, sendo pouquíssimo bem aceita. Não é a toa que quase ninguém gosta dele.

O fato de House sempre demonstrar descaso e indiferença não só em relação aos casos tratados e aos pacientes, mas também em relação à vida das pessoas que o cercam, porém, não condiz o pleno conhecimento que tem de realidade. Os médicos sabem que está certo no que pensa sobre e no que diz (apesar de sempre dizerem: "não acredito que você disse isso"), mas acham que já passou do ponto (“por que você é assim?”). Ponto tudo na balança, House e os outros médicos são complementares, por isso é que, em qualquer cena bonita que se vê, sempre é evidenciado o ponto forte de um deles (ou de cada um).

Alguns que conheço, inclusive, assim como alguns da série, defendem que tudo é causado pelos remédios em que é viciado. Digo que não é um efeito colateral porque, por ser um médico tão brilhante, saberia que o que está ingerindo é o causador de tudo. Mudaria de remédio, se esse surtia efeitos não desejados; é lógico que há outros para tratar a dor na perna. Ou seja, se a causa realmente for essa, digo que é louco e que quer ser assim, o que é pior. Acho que algo aconteceu e ainda será evidenciado.

Ah, e a propósito, gosto da Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), única pessoa que exerce um certo poder  coercitivo sobre essa ignorância de House. Em compensação, é a única que nunca o deixa intrigado em relação ao que pensa e ao que faz. Talvez por conhecê-la melhor, não tendo dúvidas sobre ela... não sei; mas é verdade que todos os outros médicos e alguns pacientes (mais coerentes) conseguem deixar House mais reflexivo sobre isso (embora nunca mudado=]).

Enfim, seja por meio de exemplos, seja por meio de conceitos, veremos mais claramente a verdade na série (o escolhido dos dois, com certeza, será o mais entendível).
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O exorcismo de Emily Rose (2005), de Hans-Christian Schmid


De todos os filmes a que já assisti este é o que mais me chamou a atenção e que mais me despertou o interesse mesmo depois de terminado. A princípio, adoro filmes de terror que abordam feitos e entidades sobrenaturais. O assisti, então, pensando que era mais uma história aterrorizante como “O exorcista”, que fosse paralisante pelos efeitos de som e imagem. Não, não é o que parece. Aliás, como terror o filme é péssimo, gerando em nós nada mais que apenas expectativas causadas pela propaganda. Porém, é uma das melhores tramas que já vi.

A história é verídica e se inicia do final, quando se encontra em andamento o julgamento de um padre que teria matado a jovem Emily Rose (Jennifer Carpenter) durante seu exorcismo. Emily nos é apresentada como uma moça feliz e encantadora nascida de uma família de camponeses pobres, que tinha um sonho muito caro para os pais: cursar uma universidade. Mas recebe, então, uma bolsa de estudos para concretizá-lo.

A partir deste ponto, os acusadores do padre Richard Moore (Tom Wilkinson) defendem que a jovem teria apresentado sintomas de esquizofrenia e epilepsia e que estava sob observação na universidade, tomando remédios para o controle das doenças, até que as coisas começaram a dar errado. Seu amigo a tinha levado para casa, alegando que naquele lugar ela estava piorando. Lá o padre, amigo da família, ao imaginar que a moça não sofria de quaisquer doenças, mas sim de um domínio maligno, a convence a deixar de tomar seus remédios, o que fez com que ela não resistisse a uma suposta pressão realizada durante seu exorcismo.

Os relatos de Emily quando estava em observação pela universidade não foram levados em conta, visto que era tida como louca. Ela dizia a um amigo que todas as noites resistia ao demônio. Os dois logo constataram que ela apresentava características de possessão: a transformação de seus rosto e voz e a intolerância a objetos religiosos. A jovem também ia piorando mentalmente. O tal padre entra na história quando o jovem ignora as observações médicas e leva Emily para casa. Ele percebeu que os remédios a estavam deixando mais vulnerável a um ataque de forças do mal, uma vez que eram sedativos que alienavam a pessoa de sua lucidez e autogoverno, tornando-a incapaz de resistir a qualquer domínio. Suspendê-los, porém, não foi prejudicial às tais entidades, que agora já tinham se apoderado de Emily. Esses detalhes não são fundamentais, mas é preciso perceber que o caso chamou muito a atenção da mídia e do povo.

No desenrolar do filme, você perceberá que o padre sabe mais que está dizendo. Isso deve ter se evidenciado quando, no tribunal, disse que Emily, um dia, chegaria a se tornar uma santa. Isso pode ser compreendido quando finalmente conta tudo: ao ser perguntado sobre o porquê de uma "santa" ter sido possuída, respondeu com uma carta escrita pela própria jovem a ele. Nela, Emily declarava ter acordado lúcida no dia após o exorcismo mal sucedido, quando ouviu a voz da Virgem Maria chamando-a. Foi, prontamente, de encontro. Saiu de sua casa e caminhou até chegar a uma altura em que se viu fora de seu corpo, contemplando-o invicta. Perguntou à voz, em seguida, o porquê de seu sofrimento. “Ele pode acabar agora mesmo!" Disse-lhe. "Você pode escolher vir comigo ao paraíso, mas também pode optar por continuar naquele corpo. E ainda, se ficar, tudo piorará, mas muitas pessoas irão crer na existência de um mundo espiritual”. Emily, então, decidiu expandir o conhecimento sobre espiritualidade escrevendo as seguintes palavras: “Quero que se mostre ao mundo meu exemplo de possessão, para ficar evidente a existência de um Deus e de um diabo e que se busque a salvação com temor e fervor”.

A partir daí, nos fica claro que, na batalha espiritual em torno de Emily Rose, assim como de Jó, o diabo alegava não conseguir passar por mais aflições: que ela escolheria se livrar daquele sofrimento e ir ao paraíso. Deus, no entanto, preferia perder toda essa luta a ver filha sofrer contra a própria vontade.

Emily, assim como Jó, aplicou cólera a satanás ao ponto de ele querer atrapalhar o mérito que Deus tinha pela vitória, tentando, por meio de várias artimanhas, que o tal conhecimento não fosse espalhado. Dentre elas podemos citar as aparições, as atormentações às 3:00 AM, a trama da morte de um médico que praticamente comprovaria a inocência do padre, as tentativas da arquidiocese de impedir o padre de se pronunciar, o advogado de acusação, que se auto denominava “homem de fé” e a inflexibilidade na avaliação dos sintomas de Emily. Deus, porém, também teve suas formas de protegê-los: através do júri e da juíza, que impediu a zombaria maligna.

O melhor resumo do filme seriam as seguintes palavras de Jesus que se encontram em Lucas 9, 23-25:

Em seguida, dirigiu-se a todos: se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificá-la por amor de mim, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?

          Não sei se o fizeram propositalmente assim ou não mas, tirei do filme uma lição completamente diferente daquilo que pareciam estar passando.
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Valeria a pena ver de novo


as grandes revanches que o mundo do MMA sonha em testemunhar.

A postura de Dana White, todo-poderoso do UFC, após o evento do dia 24 de outubro, em defesa da realização imediata de um novo confronto entre Lyoto Machida e Maurucio “Shogun” (luta equilibrada, vencida pelo primeiro) pode ser encarada como algo não tão usual nos anos recentes do UFC.

Antes de 2007, quando a organização americana teve um boom de popularidade devido ao sucesso do reality show “The Ultimate Fighter”, a prática de revanches era corriqueira. Vários eram os fatores que levavam os matchmakers a repetir as figurinhas no centro do octagon. É preciso lembrar que desde o início da atual década os principais nomes do esporte se aventuravam no outro lado do mundo, levando ao delírio os fãs do hoje finado Pride.

Enquanto isso, Tito Ortiz, Chuck Liddell e Randy Couture revezam-se na missão de alavancar as vendas de pacote de pay-per-view nos EUA. para efeito ilustrativo, Liddell e Couture se enfrentaram duas vezes em menos de oito meses, entre os anos de 2005 e 2006. Era uma espécie de mais do mesmo. No entanto, com o crescimento impressionante nos últimos três anos, multiplicaram-se as opções de casamento de lutas, rareando, portanto, os repetecos. Contudo, não se perde as esperanças e, aproveitando o gancho de uma nova luta entre Machida e Shogun, a revista Nocaute listou uma seleção de 10 revanches históricas que não deixariam nada a desejar nos próximos eventos de Dana White & Cia. Se segue a lista naquela mesma ordem.

10) Heath Herring X Yoshiriro Nakao – Tecnicamente, a presença de tal confronto entre os dez mais aguardados pode ser até questionável, mas no quesito “potencial para o pau cantar bonito” nada mais explosivo do que colocar Herring e Nakao frente a frente. Na primeira vez que isso aconteceu, o resultado foi um inesperado nocaute antes do gongo inicial. Surpreendido com a ousada atitude do japonês em tascar-lhe um selinho na boca, Herring nem titubeou e desferiu um diretaço que levou o oponente à lona.

9) Quinton Jackson X Forrest Griffin – No momento Quinton “Rampage” Jackson está mais preocupado com a carreira no cinema que em voltar ao octagon do UFC. No entanto, Dana White garante que o ex-campeão dos meio-pesados ainda fará mais algumas apresentações antes da tão falada aposentadoria. Para isso, o cartola teria de acertar o duelo de Rampage com Forrest Griffin, homem que lhe tomou o cinturão. A sede de vingança de Jackson é tamanha que, ao derrotar Keith Jardine, abriu mão de enfrentar o então campeão Rashad Evans para ter uma nova chance contra o algoz, abrindo, assim, caminho para que Lyoto se tornasse o desafiante número 1 e posterior campeão da categoria.

8) Renzo Gracie X Kazushi Sakuraba – Um dos mais carismáticos e importantes nomes do MMA moderno, Renzo Gracie poderia estar curtindo sombra e água fresca. No entanto, o professor radicado em Nova Iorque nem pensa em abandonar a carreira. Já que aos 42 anos ainda está disposta a desafios, por que não tentar vingar a derrota sofrida para Sakuraba em agosto de 2000? Foi quando o japonês finalizou Renzo numa Kimura que fez o braço do brasileiro sair do lugar. Sem qualquer abalo na popularidade desde o fim do Pride, Saku segue colecionando triunfos do outro lado do mundo: em outubro venceu dois oponentes num espaço de 19 dias.

7) Vitor “Shaolin” X Gesias Cavalcante – Na lista também tem espaço para os levinhos. O primeiro encontro entre Shaolin e Gesias rollou em setembro de 2007 e foi vencida por JZ em apenas 35 segundos através de um nocaute brutal que não fez jus ao pra lá de positivo cartel do faixa-preta. Shaolin, àquela altura, havia conhecido apenas uma derrota como profissional de MMA. No momento, tanto Shaolin, que acaba de assinar com o Strikeforce quanto Gesias precisam de boas apresentações para voltarem ao topo.

6) Chuck Liddell X Tito Ortiz – Não seria exagero dizer que são dois dos rostos mais famosos do UFC nos EUA. Donos de grande parcela de responsabilidade pelo sucesso atual da organização junto aos americanos, Liddell e Ortiz se enfrentaram duas vezes: uma em 2004 e outra em 2006. Nesta, assim como na primeira, quem saiu vencedor foi Liddell, o que deu margem a um ataque de fúria do Bad Boy Ortiz, revoltado com a intervenção do árbitro brasileiro Mário Yamasaki, que decretou nocaute técnico. Hoje considerados veteranos, Liddell flerta com a aposentadoria e Ortiz está há mais de um ano e meio afastado do octagon busca o recomeço. caso este fracasse diante de Forrest Griffin em novembro, poderia combinar com o Moicano uma despedida de gala, com os dois pendurando juntos as luvas de MMA profissional.

5) Rodrigo Minotauro X Frank Mir – O baiano faixa-preta nunca foi de inventar desculpas para uma derrota. Portanto, se ele disse que enfrentou problemas físicos antes do duelo em que foi nocauteado por Frank Mir em dezembro de 2008, é porque a barra foi pesada mesmo. Recuperado e com a confiança nas alturas após o triunfo sobre Randy Couture, Minota poderia fazer bom uso de uma nova oportunidade contra Mir, que chegou a criticar publicamente as supostas desculpas dadas pelo rival. Com o adiamento da disputa do cinturão entre Brock Lesnar e Shane Carwin devido a uma gripe do campeão, há grandes possibilidades de esta luta ser casada para os próximos meses, com o vencedor se credenciando a desafiante número 1 ao título.

4) Anderson Silva X Ryo Chonan – O Aranha não sabe o que é derrota desde janeiro de 2006. Naquela época, deixou o ringue como perdedor não por ter sido sobrepujado pelo japonês Yushin Okami, mas por ter aplicado um golpe ilegal que lhe valeu desclassificação imediata. Derrota mesmo, daquelas clássicas, Anderson não sofre desde o último dia de 2004, quando foi incrivelmente finalizado pelo nipônico Ryo Chonan em uma chave de calcanhar voadora. Hoje Anderson é o rei dos médios do UFC e colocará em jogo o cinturão contra Vitor Belfort em 10 de abril. Já Chonan também é empregado de Dana White, mas, com duas derrotas nas duas últimas apresentações no octagon, vai ter que melhorar muito se quiser subir.

3) Mirko “Cro Cop” X Fedor Emelianenko – Atualmente, Cro Cop parece estar mais para aposentado do que para atleta profissional. As últimas apresentações do croata foram abaixo da média, e nem de longe lembram o striker que não tomou conhecimento dos rivais no GP absoluto do Pride em 2006. Por isso, uma nova luta contra o russo Fedor poderia trazer de volta o estímulo necessário a Cro Cop. No primeiro encontro dos dois, realizado em agosto de 2005, Fedor venceu por decisão unânime dos jurados, mas deixou o ringue do Pride com o nariz bem prejudicado, fato raro nas apresentações do gordinho. Com Fedor contratado pelo Strikeforce, as chances reais desta luta acontecer logo são pequenas, mas, uma vez cumprido o compromisso de mais duas apresentações pelo UFC, Cro Cop, caso ainda tenha disposição, pode se arriscar na organização rival.

2) Ricardo Arona X Maurício “Shogun” – O clássico que decidiu o GP dos médios em 2005 foi vencido sem grandes dificuldades por Shogun, à época coroado como o melhor do mundo no peso. Defenderam Arona dizendo que o mesmo entrou fisicamente desgastado para a luta, uma vez que travara poucas horas antes uma batalha intensa contra o então desafeto Wanderlei Silva pelas semifinais da competição. Desde então, Arona fez apenas mais quatro lutas, mas, depois do retorno triunfal no Bitetti Combat, acredito que possa fazer barulho entre os meio-pesados do UFC. Já Shogun, caso seja novamente superado por Lyoto, terá de entrar na fila e pode esbarrar com o niteroiense pelo caminho.

1) Vitor Belfort X Wanderlei Silva – Trata-se de um dos duelos mais esperados dos últimos 11 anos. Desde outubro de 1998, quando Belfa simplesmente atropelou o então promissor representante da Chute Boxe em apenas 44 segundos no UFC Brazil, fãs de ambos os atletas querem ver quem se dá bem num novo encontro. Como os dois agora flutuam entre os médios e os meio-pesados, pode ser que o desejo se torne realidade num futuro não muito distante. São grandes as chances de Belfort e Wanderlei serem escalados na ocasião de um eventual retorno do octagon ao Brasil. Recomendo, é rapidinho. clique aqui.

Publicado pela NOCAUTE #82
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Meu atual melhor "time" do mundo


Não há, hoje em dia, no futebol mundial, time nenhum que jogue com uma desenvoltura digna de admiração (à época da postagem, o Santos ainda não havia despontado); fato este que não se aplica a jogadores. Porém, quando se tenta unir vários astros do esporte numa única equipe, nunca se obtém o resultado esperado, pelo menos atualmente. Acho que tal fato se deve à pouca ocorrência de destaques em um jogo no futebol de hoje.

Real Madrid, clube mais rico do mundo. Não teve a inteligência de aprender com o grande erro de gastar muito mal seus milhões na temporada 2005/06, quando formou um elenco galáctico, esquecendo de que não estava formando um time galáctico, e voltou a aplicar muito mal seu capital na atual temporada. O time ainda não se encontrou. Consegue, porém, manter um nível razoável por habilidades individuais, mas não chega nem perto do esperado.

O futebol está muito nivelado, o que torna bastante difícil a realização de uma seleção.

Não sei se isso, em termos, é intencional ou não, mas, trazendo astros do futebol suficientes para preencher todo um time titular, desfragmenta-se a equipe anterior, sendo ela completamente inválida a partir de então. Era como se o time tivesse acabado de nascer, sem experiência nenhuma, cada qual guiado apenas pela própria capacidade. A meu ver, o ideal seria aplicar os fundos para o aperfeiçoamento do time, fazendo contratações apenas de leve, para que todos andem juntos, acompanhando o mesmo ritmo, o que unificaria a equipe.

Erros a parte, ia me contradizendo ao dizer que levantei meu melhor “time” do mundo. Foi  para, como diz a música, para chamar sua atenção para mim. Na verdade, deveria ser: os meus melhores jogadores do mundo conforme sua posição (há uma melhor explicação na postagem anterior). É como o Real: apenas um bom elenco.

Então aí se segue o tal, mas confesso que ele sempre estará sujeito a mudanças, pois não pretendo postar novamente sobre o mesmo assunto, sendo, provavelmente, os jogadores aqui citados não mais os melhores (para mim) daqui a algum tempo.

• Esquema: 4-3-1-2 (4-4-2)

TITULARES
JÚLIO CÉSAR (Brasil)
DANIEL ALVES (Brasil)
LÚCIO (Brasil)
THIAGO SILVA (Brasil)
FÁBIO AURÉLIO (Brasil)
Steven GERRARD (Inglaterra)
XAVI (Espanha)
Andrés INIESTA (Espanha)
Wesley SNEIJDER (Holanda)
Lionel MESSI (Argentina)
Zlatan IBRAHIMOVIČ (Suécia)

RESERVAS
Petr ČECH (República Tcheca)
MAICON (Brasil)
Alessandro NESTA (Itália)
JUAN (Brasil)
ANDRÉ SANTOS (Brasil)
Marcos SENNA (Espanha)
XABI ALONSO (Espanha)
Frank LAMPARD (Inglaterra)
CESC FABREGAS (Espanha)
Arjen ROBBEN (Holanda)
Didier DROGBA (Costa do Marfim)
LUÍS FABIANO (Brasil)

2os. RESERVAS (função de substituir um reserva, motivo pelo qual há somente um pra cada posição)
Gianluigi BUFFON (Itália)
Branislav IVANOVIČ (Sérvia)
John TERRY (Inglaterra)
MARCELO (Brasil)
Michael ESSIEN (Gana)
JUNINHO Pernambucano (Brasil)
Antonio CASSANO (Itália)
Cristiano RONALDO (Portugal)
NILMAR (Brasil)
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Que vença o melhor!

         
Quero iniciar explicando alguns termos indecifráveis para alguém que queira ler o texto mesmo sem entender de futebol: meia é como é denominado o futebolista que atua na porção avançada do meio de campo, que arma as jogadas de ataque do time. Geralmente é o jogador mais hábil dele, pois precisa de técnica para enganar os defensores, que sempre estão em maior número que os atacantes. Já volante é o termo usado para denominar o jogador que atua na parte defensiva, mas ainda fazendo parte do meio-campo. O resto é compreensível e se aplica a diversas áreas além do futebol.

A questão que levantei foi a injustiça com que vejo serem eleitos os melhores jogadores do mundo. Tenho minha hipótese: isso se deve ao fato de os que se destacam são aqueles que conseguem mostrar que fazem algo a mais que os outros, utilizando-se da sua técnica. Como exemplo temos os eleitos principais de campeonatos, que geralmente são meias ou atacantes. Mas quem disse que estes são melhores que os zagueiros, volantes ou até mesmo que os goleiros? Tomemos como exemplo o francês Patrick Vieira, certamente o melhor volante do mundo nos anos de 2004 e 2005. Jogava como ninguém na sua posição, mas, como ao volante não é necessário mostrar a técnica, ele não a usava habitualmente, utilizando-se sempre de sua força física e experiência para tomar a bola dos adversários, que era sua real função. Assim, nunca enchia os olhos. Se ele é incontestável em sua posição fazendo o que faz, por que dizer que Frank Lampard (eleito o segundo melhor do mundo em 2005 pela Federação Internacional do Futebol, ficando atrás de Ronaldinho Gaúcho) é melhor como meia do que Vieira é melhor como volante?

Portanto, não concordo nem um pouco com o modelo de escolha dos melhores jogadores. Essa deveria ser a escolha dos melhores meias ou dos melhores atacantes. É o que eu defendo. Digo que se tem de escolher um melhor para cada posição, pois não há critério para avaliarmos jogador de posições diferentes.

Dou valor ao que fazem na eleição dos melhores do campeonato brasileiro. Escolhem uma seleção, olha que diferença! Dessa maneira os jogadores são bem melhor reconhecidos e valorizados. A escolha do craque é feita baseada nas habilidades de cada um, aí tá certo, mas dizer que um jogador é melhor do que um diferente com um termo geral não dá.
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Os 100 lutadores mais influentes do UFC

Sim, e foi um ranking feito pela Nocaute que, após a Gracie Magazine e a Tatame, é a revista que melhor nos informa sobre o mundo das lutas.

Muitos lutadores não influenciam somente graças a vitórias no cartel ou à capacidade técnica, mas devido a exibições antológicas, altas doses de coragem ou uma personalidade tão marcante que o fã acaba apreciando tanto quanto técnica, o que muitas vezes é errado. Portanto, foram lembrados os atletas que ajudaram o esporte a se consolidar e o show americano a ser o sucesso que é hoje. Não confundir, portanto, com a lista de melhores lutadores, pois um Lyoto Mashida e até mesmo um Maurício Shogun estão a quilômetros de distância de um Tank Abbott, por exemplo.

PS: Sempre comecei a ler um ranking na ordem crescente, pois acho que, depois de visto o primeiro, não há mais o que ser esperado para os próximos. Por isso, assim se segue a lista abaixo.

100) Anthony Macias (EUA)

99) Steve Jennum (EUA)

98) Elvis Sinosic (Austrália)

97) Yuki Kondo (Japão)

96) Tony de Souza (Peru)

95) Vernon White (EUA)

94) Mark Hall (EUA)

93) Mike Van Arsdale (EUA)

92) Hermes França (Brasil)

91) Vladimir Matyushenko (Bielorrússia)

90) Stephan Bonnar (EUA)

89) Shonie Carter (EUA)

88) Semmy Schilt (Holanda)

87) Ikuhisa Minowa (Japão)

86) Sanae Kikuta (Japão)

85) Remco Pardoel (Holanda)

84) Paul Varelans (EUA)

83) Clay Guida (EUA)

82) Pete Williams (EUA)

81) Ricco Rodriguez (EUA)

80) Thales Leites (Brasil)

79) Caol Uno (Japão)

78) Tyson Griffin (EUA)

77) Tsuyoshi Kosaka (Japão)

76) Tra Telligman (EUA)

75) Renato “Charuto” Verissimo (Brasil)

74) Jon Jones (EUA)

73) Carlão Barreto (Brasil)

72) Jeremy Horn (EUA)

71) Sean Sherk (EUA)

70) Jeff Manson (EUA)

69) Heath Herring (EUA)

68) Guy Mezger (EUA)

67) Gerard Gordeau (Holanda)

66) Evan Tanner (EUA)

65) Genki Sudo (Japão)

64) Gary Goodridge (Trinidad e Toobago)

63) Fabiano Ilha (Brasil)

62) Fabrício Werdum (Brasil)

61) Márcio Pé de Pano (Brasil)

60) Amauri Bitetti (Brasil)

59) Pat Milenith (Brasil)

58) Kevin Randleman (EUA)

57) Kevin Jackson (EUA)

56) Wallid Ismail (Brasil)

55) Fábio Gurgel (Brasil)

54) Jerry Bohlander (EUA)

53) Eugene Jackson (EUA)

52) Dennis Hallman (EUA)

51) Ricardo “Cachorrão” Almeida (Brasil)

50) Cheick Kongo (França)

49) Cain Velasquez (EUA)

48) Dave Menne (EUA)

47) Carlos Newton (Canadá)

46) Jens Pulver (EUA)

45) Matt Lindland (EUA)

44) Bas Rutten (Holanda)

43) Josh Barnett (EUA)

42) Diego Sanchez (EUA)

41) Andrei Arlovski (Bielorrússia)

40) Mirko “Cro Cop” Filipovic (Croácia)

39) Maurício “Shogun” Rua (Brasil)

38) Maurice Smith (EUA)

37) Rashad Evans (EUA)

36) Matt Serra (EUA)

35) Murilo Bustamante (Brasil)

34) Tim Sylvia (EUA)

33) Kazushi Sakuraba (Japão)

32) Mark Kerr (EUA)

31) Mark Coleman (EUA)

30) Renato “Babalu” Sobral (Brasil) – Com mais de 40 lutas de vale-tudo nas costas, está no auge da carreira. É dono de uma artilharia pesada em pé e um leque de finalizações suaves no chão. Era um dos astros mais queridos do UFC até apagar David Heath no UFC 74, mesmo depois do americano, que o xingara antes, ter batido em desistência. Teve, por isso, seu contrato rescindido por Dana White.

29) Don Frye (EUA) – Campeão no UFC 8, foi o primeiro monstro do wrestling de nível olímpico a dominar o ringue de oito lados, abrindo caminho para os Marks Coleman e Kerr.

28) Dan Severn (EUA) – A “Besta” de 114 kg lutou pela primeira vez no UFC 4 e pela última vez no UFC 27. Mas continua na ativa, com 55 anos e 112 combates. Cadê o UFC que não o convida pra uma sensasional luta de despedida? Encara essa, Royce?

27) Quinton Jackson (EUA) – É disparado o que mais gosta de ficar nas grades. Estreou no MMA japonês no Pride 15 enquanto estava na condicional, em 2001, e recentemente foi preso em perseguição cinematográfica nas ruas de Los Angeles. Um dos mais empolgantes astros do MMA, apesar de tanta confusão.

26) Lyoto Machida (Brasil) – O homem que comprovou a eficiência do karatê aliado ao Jiu-Jítsu. Extremamente veloz e oportunista, atualmente Lyoto vem subindo de produção a cada luta, vencendo adversários como Thiago Silva e Maurício Shogun.

25) Frank Shamrock (EUA) – Estudioso e calculista, o irmão adotivo de Ken ensinou ao mundo como vencer os então temidos wrestlers desde sua primeira luta no UFC, em 1997, quando finalizou o campeão olímpico Kevin Jackson com uma chave de braço. A partir daí injetou muita ação no octagon com um estilo calcado na técnica, mas principalmente no físico: gás, muito gás para deixar os adversários no sufoco. Polêmico e decidido, deixou o UFC como campeão invicto há dez anos e nunca mais retornou.

24) Oleg Taktarov (Rússia) – Com nove participações no UFC 5, o "Urso" antecipou o estrago que o sambo (e Fedor) fariam entre os peso pesados.

23) Gabriel “Napão” Gonzaga (Brasil) – O chute alto na cabeça de Cro Cop e o conseqüente nocaute vão ficar para sempre na galeria das imagens mais incríveis do octagon.

22) Rich Franklin (EUA) – Cultuado nos EUA, o ex-professor de matemática brilhou no peso médio com uma bonita sequência de vitórias (Ken Shamrock foi uma das vítimas) e um jogo completo e ofensivo. Pode alcançar um estrelato ainda maior se parar Vitor Belfort em seu retorno, no UFC 103.

21) Forrest Griffin (EUA) – A trajetória de Griffin, hoje com 30 anos e faixa marrom de Jiu-Jítsu, ensina a importância de gerenciar bem uma carreira e escolher os eventos certos. Estreou contra a lenda Dan Severn, viajou ao Brasil para pôr seu jogo à prova no Heat e, no histórico dia 9 de abril de 2005 estava na final da primeira edição do TUF, na luta contra Stephan Bonnar que atraiu os olhares dos EUA para o esporte. Venceu. Era o lutador certo na hora certa, mas ralou pacas antes do sucesso “instantâneo” de finalizar Shogun e roubar o cinturão de Quinton Jackson.

20) Kimo Leopoldo (EUA) – O falso anúncio de sua morte no fim de julho deu uma boa dimensão da representatividade do gigante peso pesado. Pioneiro nas encenações ao entrar para lutar, foi também o mais perigoso rival de Royce no UFC 3.

19) Pedro Rizzo (Brasil) – Astro do UFC desde a estreia, em 1998, o pupilo de Ruas só encarou pedreira no octagon. A patada de Rizzo mudou o modo de lutar (ou de se defender) dos principais pesos pesados do UFC.

18) Marco Ruas (Brasil) – Revolucionou o MMA em 1995 ao apresentar uma mistura de estilos que deixava os adversários desnorteados. Foi, depois de Royce, o grande ídolo Brasileiro do UFC.

17) Demian Maia (Brasil) – O Jiu-Jítsu de competição da nova geração a serviço do MMA. Cinco finalizações nas cinco primeiras apresentações marcam o melhor início de um faixa-preta da arte suave no UFC.

16) Dan Henderson (EUA) – Um dos mais respeitados lutadores da história do MMA, Hendo, hoje com 39 anos, aliou um wrestling afiado a um espírito nocauteador para construir um cartel invejável, com várias vitórias sobre os maiores de seu tempo, especialmente no Pride japonês.

15) Vitor Belfort (Brasil) – A maior estrela brasileira do UFC no fim dos anos 90 está de volta quatro anos depois de sua última luta no Octagon. Fenômeno, Vitinho brilhou muito jovem nas grades, e tem a vitória arrasadora sobre Wand no UFC Brazil, em 1998, como um dos grandes momentos de sua carreira. Foi ídolo ou parceiro de figurões americanos como Shaquille O’Neal. Chegou a ser campeão dos meio-pesados por um semestre ao bater Randy Couture em 2006, perdendo o cinto para o mesmo depois.

14) Frank Mir (EUA) – Conhecido pelo pavor de viajar de avião, o faixa-preta de Ricardo Pires estreou no UFC em 2001 finalizando Roberto Traven. Vítima de um acidente moto ciclístico e 2004, Francisco Santos Mir mostrou-se um vencedor só de voltar a lutar. A vitória sobre Minotauro no UFC 92 recolocou este ex-campeão dos pesos-pesados entre os grandes nomes da principal categoria do Ultimate.

13) Antônio Rodrigo Minotauro Nogueira (Brasil) – Minotauro é o maior finalizador do MMA mundial (foram 20 chaves fatais), para provar que é o melhor do UFC. Continua influenciando multidões no Brasil e lá fora.

12) Wanderlei Silva (Brasil) – Wand venceu apenas duas das sete apresentações que fez até hoje no UFC, mas o estilo agressivo e nocauteador que influenciou milhões de fãs e lutadores pelo mundo também conquistou os americanos.

11) B. J. Penn (EUA) – Campeão mundial de Jiu-Jítsu na faixa-preta com poucos anos de Jiu-Jítsu, o prodígio havaiano também se transformou em ídolo rapidamente no UFC, onde começou a carreira em 2001. Após uma breve passagem por organizações japonesas, o craque de mãos rápidas e chão afiado retornou ao octagon, onde conquistou o título dos leves em 2004 e fez uma legião de fãs.

10) Matt Hughes (EUA) – Wrestler perigoso, este fazendeiro de Illinois é considerado por muitos como o mais dominante campeão da história do UFC. Dono do recorde de vitórias no Ultimate ao lado de Liddell (16), Hughes conquistou o cinto dos meio-médios em duas ocasiões e perdeu apenas uma luta entre novembro de 2001 e setembro de 2006, período em que acumulou vitórias sobre gente do quilate de St. Pierre, B. J. Penn e Royce Gracie. Chegou a ser eleito um dos 20 americanos mais durões vivos pela revista “Men’s Journal” em 2004. Hoje, com 35 anos, sente o peso da idade, mas tem certeza de que suas quedas plásticas já lhe garantiram um lugar especial na galeria dos maiores nomes do UFC.

9) Georges Saint-Pierre (Canadá) – Campeão absoluto entre os meio-médios, St. Pierre é a imagem do bom moço. Um ótimo exemplo de esportista. Wrestler, faixa-preta de karatê e de Jiu-Jítsu, ele é responsável pela popularização do MMA no Canadá, praça onde os eventos têm os ingressos esgotados em tempo recorde. Venceu 13 das 15 lutas que fez no UFC, e com seis triunfos seguidos, persegue o recorde que hoje é de Anderson Silva (aê!).

8) David Tank Abbott (EUA) – As habilidades nunca impressionaram ninguém, mas o barrigudo de 114 kg tem grande parcela de “culpa” na popularização do UFC. O jeito arruaceiro, o visual rebelde e a postura irresponsável de se apresentar acabaram por conquistar diversas gerações. Estreou com seus nocautes e mata-cobras no UFC 6, em setembro de 1995, sendo parado somente por Oleg Taktarov na grande decisão. Seus duelos contra Scott Ferrozo, Dan Severn, Don Frye e Vitor Belfort fazem parte dps grandes momentos do UFC.

7) Anderson Silva (Brasil) – Atual campeão dos médios do UFC, é considerado por grande parte da mídia americana o melhor peso por peso da atualidade. Ao vencer Thales Leites em abril, o gênio do muay thai estabeleceu o recorde absoluto de nove vitórias consecutivas no UFC (oito por finalizações e nocautes, principalmente nocautes), desbancando a marca anterior de oito pertencente a Royce Gracie e Jon Fitch. Corajoso, o paulista radicado em Curitiba ainda se aventura em categorias mais pesadas, mostrando que tem técnica de sobra. Por ser sinônimo de show nas grades, tem pagado o preço quando não atropela, ouvindo vaias da torcida.

6) Brock Lesnar (EUA) – Após estrear no MMA fazendo a última luta da noite em que Royce lutava com Sakuraba no K-1 Hero’s de 2007 (nocaute em um minuto de luta), o astro gigantesco e sem modos deu uma largada de respeito em sua carreira. Com o jeito teatral (herança dos tempos de pro-wrestling) e aliando uma incrível força física à velocidade, o lutador de 121 kg vem transformando a categoria dos pesados, outrora povoada por atletas lentos. A conquista do cinturão no UFC 100, ao enfileirar Couture e Frank Mir, ainda não foi digerida por muitos.

5) Ken Shamrock (EUA) – Um dos raros lutadores que estiveram em ação no UFC 1 e que já tinham experiência de participar de um vale-tudo na ocasião. Membro de uma das famílias mais famosas no MMA, Ken tem lugar cativo no Hall da Fama ao lado de Royce. Os dois, por sinal, fizeram uma revanche histórica de 36 minutos no UFC 5, após o Gracie finalizá-lo no UFC 1 (confira a cena no vídeo ao final da postagem). Dono de um estilo completo, o californiano apelidado de “o homem mais perigoso do mundo” viria a ser um dos símbolos dos primórdios da organização, e a torcida americana bancou seu retorno nos tempos áureos do UFC, pra comandar um dos times do reality show “The Ultimate Fighter” e nos desafios contra Kimo Leopoldo e Tito Ortiz. Um dos lutadores de MMA mais reconhecidos da história.

4) Tito Ortiz (EUA) – White já disse cobras e lagartos sobre ele, mas sabe que não dá para negar a popularidade do Bad Boy de Huntington Beach. Com um jeito falastrão, camisetas hilárias e um jogo eficiente nas grades, Ortiz é provavelmente o maior “prata da casa” do UFC. Tem, ao todo, 22 lutas como profissional do MMA, sendo 21 sob a batuta do UFC. Recentemente o wrestler se desentendeu com o chefe e ameaçou ir cantar em outra freguesia. No entanto, os laços com o octagon (e o marketing) falaram mais alto e Ortiz está de volta, como era previsível.

3) Chuck Liddell (EUA) – É considerado o “cara” do UFC pelos cartolas e a mídia americana. O cabelo moicano, o jeito de lutar espetaculoso e os oponentes duríssimos (muitos deles astros brasileiros) fizeram de Liddell o principal garoto propaganda da organização após o boom ocorrido no início dos anos 2000. Amigo próximo de Dana White, presidente do UFC, é um dos queridinhos da torcida americana. Defendeu por diversas vezes o cinturão dos meio-pesados. Protagonizou com Couture uma das grades rivalidades da história do octagon. Estreou no UFC ainda em 1998, e das 28 lutas que tem como profissional, apenas seis foram realizadas em outras organizações. Já disseram que a novela de sua aposentadoria lembra bastante a de Romário.

2) Randy Couture (USA) – É considerado o “dono da chave da cidade” em Las Vegas. Assim como Royce, Couture também está imortalizado no Hall da Fama do UFC. Foi no Octagon que o wrestler que sonhava com a medalha olímpica construiu uma carreira irretocável, tendo sido o primeiro homem a conquistar o título de duas diferentes categorias. Profissional ao extremo, mesmo aos 46 anos segue entre os tops dos pesos pesados. Foi também um dos responsáveis pela modernização do sistema de treinamento no MMA. Sua academia, a Xtreme Couture, é um celeiro de craques.

1) Royce Gracie (Brasil) – Se em novembro de 1993 o magrinho com faixa-preta e o ki mono branco tivesse perdido para a Art Jimmerson logo na estreia, talvez nenhum dos outros 99 listados aqui estivessem aí. Após enfrentar dificuldades nos EUA, Royce transformou-se no grande nome do esporte, colecionando dez finalizações inesquecíveis até o UFC 5 e apresentando a eficiência do Jiu-Jítsu para o mundo. É um dos poucos a fazer parte do Hall da Fama da organização e é obrigatoriamente citado sempre que alguém quiser contar a história do vale-tudo. Acompanhe os melhores momentos do lutador no UFC 1 no vídeo abaixo.



Publicado pela NOCAUTE #79.
 
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