O paradoxo da internet

Quantos amigos de verdade você tem? No meu caso podem ser contados nos dedos, mas nunca fiz um amigo pela internet. Acho que é porque a rede social desobriga a gente a se conhecer direito. No mundo virtual, as pessoas têm centenas e milhares, o que leva a uma superficialidade nos relacionamentos. Daí o sucesso do Twitter, onde poucos sentem a necessidade de dar mais de 140 tecladas. Afinal, na era da velocidade, a globalização diz: “Você não vai querer perder tanto do seu precioso tempo com essa pessoa!”.

Bem, pode-se perceber que um dos maiores sinais do amar é o gastar tempo (com essa pessoa, coisa...), justamente o oposto do que é pregado pela atual sociedade. Nela, o amor não é necessário ao sucesso do homem; pelo contrário, pode, muitas vezes, cegá-lo. Seria impossível, entretanto, viver feliz sem ele.

A internet aproxima as pessoas, é verdade, por que antes dela você jamais manteria tantos contatos em tantos lugares diferentes. Mas fotos e vídeos não substituem plenamente seus rostos e corpos, pois não posso cheirá-los, tocá-los nem olhá-los nos olhos. Você tem é que se satisfazer com a máquina. Quem não nos conhece, não nos ama.

Pode-se dizer, portanto, que, quanto mais internet, mais globalização e menos pessoalidade, menos amor. Claro que isso não conta para aqueles que não têm uma escolha melhor de manter contato, como quem mora longe. Vale mesmo para aqueles que têm a opção da pessoalidade e optam pela net.

Tomemos um exemplo nada básico (mas claro) de que a internet não agrega sentimentos: o de um velório virtual (sim, já aconteceu). Que valor há nisso?

Em suma: a internet aproxima ideologicamente as pessoas, mas as afasta pessoalmente.

Bem, e como vai haver muitas discordâncias, fica a seguinte questão: o que você gostaria de fazer se soubesse que morreria amanhã? Seria algo diferente da presença de pessoas?

2 comentários:

mundo estranho disse...

gostaria que tocasse mother - pink floyd. morreria 'falando' com a minha mãe, pois ela me deu a vida e eu daria minha vida a ela. (:

Fritz disse...

Gostei muito do blog, pois é bem eclético e valoriza todo tipo de arte.

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