A cabana, de William P. Young


Se ainda não lestes o livro, aconselho-te a primeiro fazê-lo, pois, desta maneira, terás um crescimento espiritual muito maior do que se leres o que aqui escrevi. Além disso, não quero guiá-lo segundo o meu ponto de vista, pois, quando lemos, abrimos as asas da imaginação e as portas de nossas mentes se tornam receptivas a novas informações, novas verdades; verdades estas que podem se revelar a cada um de uma maneira completamente diferente. Ou seja, posso ter simplesmente imaginado coisas, ou o que chamou a minha atenção poderia não ter chamado a sua e vice-versa. Além do mais, é um livro que muda, quebra paradigmas e conceitos próprios. Poderias precisar mais que eu de certas verdades que não abordei do que as que postei.

Aconselho, também, que não leias A cabana levando para o lado religioso, pois o verdadeiro crescimento espiritual é na vida real. Logo explicarei por que; aliás, este post dá início a uma série de outros novos que abordarão uma mesma linha de um novo pensamento meu. Mas, por enquanto, voltemo-nos no livro.

Dentre as muitas verdades ditas e reveladas no best-seller americano, as que mais me chamaram a atenção foram quanto a:

LIBERDADE

Sempre estamos presos a algo. Pode ser à herança genética, ao DNA específico e às questões quânticas subatômicas. Não há como escapar. Além dessas limitações físicas há as psicológicas, como os hábitos que criam elos e caminhos sinápticos no cérebro, as doenças da alma, que o inibem e o amarram, as influências sociais externas e os dogmas, paradigmas. Se pensarmos que nossa liberdade é sempre condicionada, não a teríamos de forma alguma.

A liberdade nada mais é que um crescimento interior, tudo que nos faz sentir livres. as questões que já foram citadas não tiram de ninguém a liberdade, e muito menos muros e amarras. Se a pessoa satisfizer seu espírito dentro de uma cela, por exemplo, pode se sentir livre e, assim, libertar sua alma. É ela, portanto, algo que vem de dentro para fora, e não o contrário (não está subjugada a nada, mas se sobrepõe a tudo).


HIERARQUIA

É uma questão que passa a gerar controvérsias e muitas confusões dentro da nossa cabeça (pelo menos em mim ainda tem gerado) quando chegamos a essa parte do livro. Pessoalmente, foi a mais difícil de aceitar.

No Reino de Deus, não há um maior nem um menor. A hierarquia, gerada pela liderança, é vista como uma forma de organização, sim, mas que inibe o amor. Acontece que as pessoas se tornam objetos a serem manipulados ou administrados para a felicidade de alguém. Perde-se, então, a comensalidade; humildade quanto aos mais altos e felicidade quanto aos mais baixos. Os relacionamentos caem, portanto, não provém de Deus. Nada que iniba o amor (mesmo que  para a organização) vale a pena.


JUSTIÇA

Deus não é um Deus justo (pelo menos na nossa concepção de justiça). Ai de nós se o fosse! É vermos a nossa posição no universo em relação a Ele e nossas atitudes. O peso da Sua justiça seria tão pesado ao cair sobre nossos ombros que milhares de almas seriam lançadas fora. Isso não é amor. A justiça é como a hierarquia e as regras (inflexíveis): serve para organizar, mas inibe o amar. Deus pois, prefere usar dele e de sua misericórdia. O livro traz um exemplo perfeito: o amor de um pai para com o filho é tão grande que, mesmo que este cometa uma falha terrível, não o amaria menos por isso. E, sendo o amor de Deus infinitamente maior que o nosso, que Deus seria esse, então, que o deixa de lado para julgar e condenar (não todos) os filhos pelos atos? Depois (não na próxima postagem, mas depois mesmo dela) explicarei melhor porque Ele sempre usa de sua amabilidade (não usando, pois, de nossa justiça, nunca).


PRESENÇA DE DEUS – O AMOR

Acho que a principal mensagem a ser passada com todo esse aparecimento de Deus (pelo menos como percebi) é que o amor provém Dele, Ele é o amor. Queria que Mack não encontrasse somente no rito religioso, mas, principalmente, no nosso dia-a-dia; não somente no fim de nossa vida, mas no decorrer dela; não no resultado final, como uma prestação de contas, mas durante o processo.

O Deus figurado ensina que não deixaria de estar em Mack numa cabana velha e malcuidada, se lá houvesse o amor dos relacionamentos entre pessoas. Não há outra maneira de se relacionar com Deus. Ele é todo aquele sentimento que nos envolve, aquele deleite (que supera qualquer situação ruim, como o vale da sombra da morte, a cabana, por exemplo). Não bastaria ter fé nas Suas existência e sua presença para desta desfrutar, pois isso até o diabo tem.

A submissão é uma das mais fortes e importantes características do amor. Por amor Deus não interfere em nossas (estúpidas) escolhas: também é submisso, não para mostrar: “Eu estava certo”, mas para não forçar uma relação, pois Ele não quer que nenhum sentimento iniba o amor (tem vários para esse caso). Portanto, se até Jesus se submeteu (em quase todos os seus instantes), deixemos Seu amor (o amor por pessoas) entrar em nossas vidas para que possamos fazer o mesmo! Percebem que dá para alguém se submeter por esse amor?

Logo explicarei melhor por que Deus está realmente presente nesse sentimento.

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