O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien


Difícil descrever esta que é simplesmente a melhor história que já vi. Posso dizer que, fascinante ao extremo, a principal história da Terra Média é belíssima; você se pega vislumbrado com toda a beleza daquilo que arrebata das páginas de O senhor dos anéis. Também que não consigo imaginar o que poderia ser mais envolvente que a leitura deste livro.

À primeira vista, a essência da história se mostra sombria, com um lado negro dominante e inocentes personagens lutando com todas as suas mínimas forças para simplesmente manter o bem. Além do mais, o objetivo parece quase completamente impossível. Porém, a história não poderia ser mais feliz.

Mesmo assustadoramente desfavorecidos, os aliados ao bem encontram neles mesmos forças para prosseguir. A alegria do companheirismo, portanto, consegue se impor sobre o gigante do medo. A força pela qual conseguem continuar é, como se percebe, algo propiciado de dentro para fora, e não o contrário. A história, então, nos mostra que mais vale um espírito alegre do que um ambiente ou uma circunstância alegre. A felicidade é, portanto, encontrada no seu lugar máximo, e por isso que mais feliz não poderia ser. Isso me lembra de que Deus pode ser encontrado no amor dos relacionamentos, que deu àqueles indefesos uma proteção de perseverança, esperança e forças para prosseguir. Vejo tudo isso claramente quando Sam carrega Frodo ao Mount Doom para, juntos, concluírem sua jornada. Pode-se ver que se evidencia, com isso, a força do amor (deixarei para me alongar mais nesse assunto mais tarde).

Também nos passa uma baita lição de humildade ao mostrar que, contando somente com esse sentimento, dois simples hobbits (que podem ser compreendidos entre os anões e os elfos) lutaram e conseguiram vencer as forças que a eles se superavam em tamanho, mas não em força.

Por não conseguir passar esse que é o mais marcante elemento da história, a trilogia de O senhor dos anéis em filme é uma das que considerei mais infiéis ao livro. Como claro exemplo disso, vejam que apenas no terceiro filme veio a ser retratada uma das inúmeras canções encontradas ao longo da narrativa, e esta nem entre companheiros era.

Ainda quero, um dia, reler essa história perfeita. Gostaria mesmo de falar um pouco da trama, mas é muito longa, apesar de clara. Já passei o que queria principalmente revelando a verdadeira mensagem. Deixo para explicá-la ao vivo.

Detestei O hobbit. A história de Bilbo Baggins não me agradou por ser alegrezinha até demais enquanto esperava algo parecido com O senhor dos anéis, onde a felicidade, mesmo que grande, é subjetiva e, o lado negro da força, evidente; justamente por funcionar como uma introdução ao mesmo. Deparei-me com uma felicidade rasa e clara, como um conto para crianças. ela, somada ao estilo extensivo do autor, deixava a história entediante. Na verdade, tenho certeza de que peguei pesado ao esperar de outra história o que obtive de O senhor dos anéis, por mais próximas que fossem as duas. Porém, pode-se perceber ainda mais claramente o estilo do autor por ser um livro totalmente evidente em sua essência. Portanto, para mim, ainda é recomendável, pois me envolvo muito no estilo de Tolkien; mas somente àqueles que não leram ainda O senhor dos anéis para que, como eu, não sejam frustrados.

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